O Impacto dos Custos nos Investimentos
Fomos criados acreditando que produtos ou serviços mais caros possuem melhor qualidade. É algo natural quando pensamos em roupas, perfumes e carros. Entretanto, esta mesma filosofia não deve ser transferida do mundo “real” para o mundo “financeiro”.
Quem despreza o impacto dos custos em seu portfólio está fadado a cair na ilusão de ter futuramente um patrimônio bem acima do que realmente terá.
Visando explicar de forma simples e clara o impacto dos custos nos investimentos, simularemos 4 situações de investimentos em que, aos poucos, pulando do nível ilusório inicial até o último nível, a realidade. Veja como e porque um planejamento financeiro deve ser feito sempre levanto em conta os custos no resultado final.
Dados de Entrada Iniciais
Patrimônio inicial de R$ 10 mil, aportes mensais de R$ 1 mil, rentabilidade anual de 15% e 20 anos são os dados escolhidos para nossa simulação. Veja nos exemplos abaixo como desprezar os custos pode ser muito perigoso para projetar seu futuro financeiro.
simulação #1 – ignorando custos
Nesta primeira simulação, desprezamos todo e qualquer tipo de custo. Portanto, o resultado final de quase R$ 1,5 milhão reflete a evolução de R$ 10.000 investidos com aportes mensais de R$ 1.000 sendo acumulados à taxa de 15% ao ano ao longo de 20 anos.
Nesta simulação, o investidor alcançaria seu primeiro milhão em março de 2028, portanto, 17 anos após o investimento inicial. Um fato impressionante para quem começou com tão pouco. Entretanto, embora muitas pessoas façam seu planejamento deste modo, sabemos que é fundamental incluir todos os custos nas contas. Que tal começarmos pelo imposto de renda?
simulação #2 – imposto de renda
Notem que, ao incluir o imposto de renda de 15%, os R$ 1,5 milhões iniciais tornaram-se apenas R$ 1 milhão. Ou seja, R$ 500 mil a menos do que o planejamento inicial ou mais 2 anos para ingressar no clube dos milionários. Esta diferença é de -26% em relação ao planejamento original.
E se decidirmos incluir o pior dos vilões, o dragão da inflação?
simulação #3 – inflação
Ao incluir uma inflação anual de 4,5%, o patrimônio final ao longo de 20 anos seria de apenas R$ 600 mil. Ao juntarmos imposto de renda + inflação percebemos o quanto de nosso futuro patrimônio vai para as mãos de terceiros.
Com uma diferença de R$ 870 mil em relação ao plano original ou de -59%, os principais custos realmente passam a ter um grande peso sobre o planejamento financeiro. Ignorá-los é cometer um grave erro e, portanto, deve ser um dos principais fatores no momento de se definir um planejamento de longo prazo.
E se incluirmos ainda os custos de transação: corretagens, custódia, taxas de administração, etc?
simulação #4 – custos de transação
Adotamos nesta simulação uma redução de 2% em relação a rentabilidade original de 15%, visando simular todos os custos implícitos nas operações que fazemos. Corretagens, taxas de custódia, taxas de administração, taxas de performance, ISS, IOF. São tantas as taxas que temos que pagar que o valor de 2% em relação a todo o capital seria uma estimativa ainda conservadora, mas justa.
Percebemos que, incluindo todos os custos nestas simulações, o patrimônio inicial de R$ 1,5 milhões seria na verdade apenas R$ 500 mil. Uma diferença de R$ 1 milhão ou -66%. Uma enorme diferença!
Conclusão
Ignorar os custos no longo prazo pode ser muito perigoso. Você pode acabar com um patrimônio 66% menor do que o planejado. Não faça planejamentos superficiais, inclua todos os custos envolvidos e tenha uma visão real de seu patrimônio final. Deste modo, você poderá tomar decisões melhores para poupar seu dinheiro.
Planilha utilizada. Todos os cálculos nesta simulação foram feitos utilizando a planilha de planejamento financeiro que disponibilizei aqui mesmo no HC Investimentos. Faça o download gratuito dela através deste link.
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