Compartilhando idéias para alcançar a liberdade financeira.

Conforme divulguei no twitter nesta sexta-feira, dia 11/02/2011, A BM&FBOVESPA e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) lançaram o primeiro indicador de rentabilidade do setor imobiliário brasileiro: o Índice Geral do Mercado Imobiliário – Comercial, o IGMI-C. Veja abaixo as características do novo índice segundo a própria BM&FBovespa:

Objetivo do Índice

O objetivo do novo indicador é tornar-se uma referência de rentabilidade de imóveis comerciais – escritórios, hotéis, shoppings e outros -, contribuindo para que os investidores tenham maior transparência em relação à formação dos preços de compra, venda e locação.

Cálculo do Índice

O novo indicador é calculado com base em informações fornecidas por um grupo de participantes envolvendo investidores institucionais e empresas ligadas ao setor imobiliário, tais como entidades de classe, consultores, administradores e gestores de carteiras imobiliárias, incorporadores e outros. A série histórica desta divulgação vai de 2000 ao final de 2010. No último trimestre de 2010, a amostra contou com 190 imóveis individuais, divididos entre escritórios comerciais, shopping-centers, estabelecimentos comerciais, hotéis, imóveis industriais e de logística, e outros.

Série Histórica

A BM&FBovespa disponibilizou livremente os dados trimestrais do IGMI-C desde 2000 em seu próprio site. Desde modo, pude compilar os dados históricos em um gráfico que ajuda a entender a evolução do índice, assim como as variações trimestrais.

Gráfico Histórico

clique na imagem para ampliar

IGMI-C acelera após 2008. Ao olhar a evolução do índice (linha em azul) podemos perceber que até o final de 2007 ele estava em um crescimento constante. Porém, após o ano de 2008 esta linha parece tomar a forma de uma exponencial, com maior inclinação.

IGMI-C x CDI (2000-2010)

Maior Retorno. O retorno em excesso para o IGMI-C ficou praticamente 5% acima do retorno do CDI quando comparamos os dois índices no período de 2000-2010, levando em conta o a média do retorno anual. Entretanto, notem o rápido avanço do índice após 2008, com rentabilidades acima de 27% enquanto o CDI apresenta rendimentos cada vez menores.

Apenas por curiosidade, como estariam estes mesmo números se desconsiderássemos o forte avanço nos últimos 3 anos?

IGMI-C x CDI (2000-2007)

Analisando desta forma o IGMI-C apresentou um retorno médio anual inferior ao CDI no período de 2000-2007.

Bolha Imobiliária? Será que os últimos 3 anos (2008-2010) foram responsáveis por criar uma bolha nos imóveis comerciais no Brasil? A resposta não é fácil…mas alguns números começam a indicar que se ela já não está formada, pode estar em um bom caminho de formação. Prudente é o investidor que diversifica entre vários ativos e não fica a mercê deste tipo de dúvidas.

Conclusão:

A criação do IGMI-C veio em um ótimo momento, indicando uma maior preocupação da própria BM&FBovespa em acompanhar variados tipos de investimentos. Futuramente, podemos esperar um índice semelhante para o mercado residencial e um índice que englobe todos os Fundos Imobiliários do Brasil e, quem sabe, um ETF (Exchanged Traded Funds) que espelhe a rentabilidade destes fundos.

Comentários em: "IGMI-C – Índice Geral do Mercado Imobiliário – Comercial" (27)

  1. […] This post was mentioned on Twitter by Oficina de Investim., Henrique Carvalho. Henrique Carvalho said: IGMI-C – Índice Geral do Mercado Imobiliário – Comercial http://wp.me/pxgVG-ub […]

  2. Giuliano Tognetti disse:

    Muito pertinente esse assunto, Henrique. Pra quem quiser se aprofundar na discussão eu sugiro a 22a carta (“Bolha ? ou Bolha !”) do Núcleo de Real Estate da Poli-USP escrita pelo prof. João da Rocha Lima Jr., que na minha opinião é um dos maiores especialistas de Real Estate do país.
    O link é:

    Clique para acessar o CartaNRE22-4-10%282%29.pdf

    Parabéns pelo blog e pelo artigo.
    Abraço.

    • Henrique Carvalho disse:

      Giuliano,

      Obrigado pelo link! Bem interessante

      Abraços!

  3. Caro Henrique,

    Há muito acompanho seu Blog e sigo muitos dos seus conselhos. Criei meu próprio Blog (HEAVY METAL – Investir sem medo do mercado!). Se possível, dê uma olhada lá (estou aperfeiçoando o mesmo). Caso julgar que o mesmo é ao menos razoável, coloque por favor meu Blog na sua lista de Blogs interessantes. Humildemente agradeço seu aval. Seu blog está na minha lista de favoritos.

    Rumo a independência financeira!

  4. HEAVY METAL disse:

    Esqueci o endereço do Blog (novo ainda):

    http://heavymetalinvestimentos.blogspot.com/

    Valeu!!!!

  5. Já existe um EFT do mercado imboliário, o MOBI11. Ele é um ishare assim como o BOVA11. Só não sei ele tem essas características específicas deste fundo que você se referiu o IGMI-C.

    O MOBI11 corresponde ao IMOB da BM&FBOVESPA, que é composto de empresas da área de construção civil, intermediação e exploração de imóveis.

    Se estiver interessado, mais informações sobre o IMOB da Bovespa estão disponíveis neste link: http://www.bmfbovespa.com.br/Pdf/Indices/MetodologiaCompleta_IMOB.pdf

    Abcs,

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá F.I!

      Obrigado pelas informações. Aliás, que quiser ver uma comparação do IMOB com o IBOV e os Fundos Imobiliários, não deixem de acessar as análises de rentabilidade no site fundoimobiliario.com.br.

      Abraços!

  6. Paulo disse:

    Henrique, vejo que você é um especialista em FII. Invisto há mais de um ano nesse mercado, possuindo cotas do PQDP11. Já tive também WPLZ11B e PRSV11, mas destes últimos acabei me desfazendo. Li muita coisa no site Fundo Imobiliário, inclusive o relatório que vocês fizeram sobre o desempenho dos FII no ano de 2010. Já vi várias referências de vocês à existência de um ETF nos EUA que reproduz o desempenho dos FII de lá, e que ainda não existe por aqui. Minha pergunta é: já que não temos ETF de FII, o que você acha a respeito de um FII que compre cotas de outros FII (como se fosse um FAC). Seria uma boa ideia? Você já avaliou a oferta em andamento do BC Fundo de Fundos de Investimento Imobiliários, que com gestão ativa (e não passiva dos ETF) buscaria as melhores alternativas de investimento em cotas de FII e em valores mobiliários lastreados em imóveis ou créditos imobiliários? As taxas parecem meio pesadas: 0,15% de administração sobre o patrimônio total; 1,5% de consultoria imobiliária sobre o patrimônio líquido (não saberia dizer a diferença quantitativa entre os montantes de PT e PL); mais performance de 20% do que exceder a meta de rentabilidade de IGPM + 3% ao semestre ou 4,5% ao semestre, dos dois o maior. A rentabilidade alvo é de IGPM + 3% ao semestre, o que me parece tímida. Você poderia fazer algumas considerações sobre essa oportunidade de investimento? Obrigado.

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Paulo!

      Vejo o fundo com bons olhos. Entretanto, o que me faz querer uma certa distância dele é a liquidez ainda muito reduzida, fator que julgo ser muito importante no setor de fundos imobiliários.

      É possível que com o marketing da Ourinvest ao redor deste fundo sua liquidez melhore. Vamos acompanhar!

      Abraços!

  7. Chico disse:

    Caríssimo Henrique,
    seu blog é do meu top 3 em investimentos e tudo mais de interessante que aqui encontro!
    Mas, cadê a carteira e a rentabilidade de janeiro de 2011 ??? Estou sem a sua grande referência!!
    Abraços e rogo por sua maior assiduidade!

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Chico!

      Obrigado pela preferência amigo.

      Sobre a carteira, optei por descontinuá-la, já que estou concentrando minhas energias na gestão do portfólio Vienna Renda e Dividendos, publicação paga do Clube de Vienna em que são feitas recomendações de compra e venda de ativos, acompanhamento de um portfólio recomendado e análises bem elaboradas sobre a situação atual do mercado.

      Abraços!

      • Chico disse:

        Puxa… que grande perda pra nós que estamos começando. Se eu tivesse um bom capital até assinaria essa consultoria… mas ainda levará algum tempo pra isso…

        To desolado…rssss

        Bem, sucesso no novo empreendimento!

        Abraços

  8. Felipe disse:

    Tb estou aguardando a carteira e rentabilidade de jan 2011!!!!

  9. Paulo disse:

    Henrique, estive estudando também o FII CSBC11, da CSHG, que tem bastante expertise nesse negócio. Também é um fundo de fundos e e ativos financeiros lastreados no mercado imobiliários. Começou a negociar em maio de 2010 e já valorizou cerca de 25% desde então. Para quem pagou a cota a R$ 1.000,00 no lançamento o yield médio mensal até aqui é de 1,36% a.m.. Mesmo comprando no mercado agora, a R$ 1.250,00/1.300,00, esse yield médio dos rendimentos mensais já pagos seria de 1,04%. O que pensa desse FII? Também no site Fundo Imobiliário que vocês só acompanham FII que investem em tijolo mesmo, e não em ativos financeiros lastreados em imóveis. Algum preconceito quanto a esse tipo de FII? Obrigado e um abraço.

  10. Olha quem está aqui comentando de novo!!!??? rsrsrsr

    Caríssimo Henrique, parabéns por mais esse belíssimo artigo, com dados técnicos super interessantes que acabam deixando, esses dados, com uma “boníssima” pergunta no ar: a rentabilidade do IGMI-C também sofreria os efeitos da reversão à média?

    Mercado imobiliário não é renda fixa, na minha opinião, pois ele flutua ao sabor dos ciclos econômicos do país. Por outro lado, ele aparenta não ser tão volátil quanto a Bolsa de Valores. Ficaria, portanto, num meio-termo: renderia mais que o CDI, associado a um risco também maior – afinal, não é renda fixa “puro sangue” – mas também renderia menos que a Bolsa, no longo prazo, associado a um grau de risco historicamente menor.

    Isso falando, é claro, em termos bem gerais. Se as premissas acima estiverem de algum modo espelhando um pouco da realidade, eu acredito fortemente em uma “correção” nos preços dos imóveis, em seu conjunto, em algum ponto dentro dos próximos 2 a 5 anos.

    Pode até não ser que caiam, mas que pelo menos se estabilizem e parem de subir. Afinal, o crescimento da renda da população não está acompanhando o crescimento do preço dos imóveis, e o endividamento também tem um limite – que não é o céu, obviamente….kkk… (apesar de alguns mais entusiasmados acreditarem que seja).

    Parabéns pelo artigo, e obrigado pela força lá no Valores Reais e por toda a ajuda prestada!

    É isso aí!
    Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Guilherme!

      Excelentes opiniões amigo. É muito bom tê-lo aqui no HC Investimentos.

      Grande Abraço!

  11. Olá, Henrique. Meu nome é Thatiana, sou assessora de imprensa do Redimob, uma rede social temática voltada ao setor imobiliário, cujo objetivo é promover o compartilhamento de informações entre profissionais da área. Semanalmente postamos em nosso blog conteúdos sobre o setor imobiliário e um dos nossos posts foi acerca do IGMI-C. Como buscamos outros materiais em sites para complementar o texto, encontrei o teu blog e achei o conteúdo exposto acerca do novo índice bem interessante. Nós citamos teu comentário em nosso post, bem como o seu site. Você pode acessar o link abaixo.

    http://www.redimob.com.br/Comunidade/Blog/11-02-18/O_que_esperar_do_IGMI-C.aspx

    Aproveito para convidar a conhecer o Redimob e também fazer parte dele para disseminar seus conhecimentos sobre investimentos.
    Obrigada!
    Para contato, deixo meu e-mail: thatiana.sestrem@redimob.com.br

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Thatiana!

      Obrigado pela referência! Através deste canal de comunicação podemos trazer maiores informações para nossos leitores, divulgando o mercado imobiliário no Brasil.

      Gostei do projeto Redimob. Aproveito também para divulgar meu trabalho através do site Fundo Imobiliário, do consultor de investimentos Sérgio Belleza.

      http://www.fundoimobiliario.com.br/index.htm

      Grande Abraço!

  12. Olá, boa tarde!
    Muito interessante a idéia do blog. Criar uma comunidade para discutir sobre o mercado financeiro e compartilhar conhecimento a respeito.
    Aproveito o espaço para informar que as organizações Solpanamby é apoiadora do índice e que divulgamos o blog em nosso site

    http://solpanamby.com.br/pt_br/interna_noticias.asp?id_noticia=107

    abraço e sucesso!

  13. Erica Corretora de Imóveis disse:

    Hoje não a nada melhor do que investir em imóveis, o retorno financieiro é certo. Tenho imóveis comerciais, residenciais, valores variados. Salvador-Bahia em grande expansão imobiliária.
    Contato: (71) 8707-5017 / 9104-6225
    Email: ericaporciuncula@gmail.com
    CRECI: 15.583/ BA

    • Henrique Carvalho disse:

      Respeito o trabalho dos corretores.

      Porém, os leitores do HC Investimentos tem senso apurado contra certas expressões:

      “Hoje não a nada melhor do que investir em imóveis” – Diversificar é conceito-chave para o sucesso do investidor no longo prazo.

      “o retorno financieiro é certo” – Sabemos que nem sempre será assim…vide o que ocorreu nos EUA.

      “Salvador-Bahia em grande expansão imobiliária.” – Se esta expansão já estiver precificada no preços dos imóveis, o retorno ainda é certo? Vale pensar pessoal.

      Abraços!

      • Erica Corretora de Imóveis disse:

        A maioria dos investidores da área imobiliária estão apostando nos imóveis na planta, ou seja, quando este imóvel estiver pronto terá uma valorização bastante razoável e os ganhos serão consideráveis, a época de investir em imóveis e agora em que o mercado está aquecido e a demanda está alta.

  14. […] vocês notaram alguma mudança nos gráficos utilizados nos últimos dois artigos? IGMI-C e Inflação […]

  15. Douglas disse:

    Henrique, Olhei os dados da serie historica no site da Bovespa e não entendi de onde veio os valores que voce utilizou para montar a variação trimestral e média trimestral do ano
    no grafico.

    Voce poderia me explicar por favor

    att

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Douglas!

      Eu simplesmente calculei o índice de um trimestre em relação ao anterior para a variação trimestral. Exemplo: 103 (2000.II) / 100 (2000.I) – 1 = 3%. Logo a variação do segundo trimestre em relação ao primeiro foi de 3%.

      Para calcular a média trimestral do ano eu fiz a média aritmética entre os 4 trimestres. Supondo: 3% | 4% | 5% | 6%. Média = 18% / 4 = 4,5%.

      Abraços!

  16. Thankks for this blog post

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