Sabemos que quanto menor a correlação entre ativos, maior é o efeito da diversificação. Mas como podemos analisar através do binômio risco e retorno os efeitos de uma correlação positiva e negativa?
Vamos considerar dois tipos de investimentos com diferentes retornos e riscos.
Caso a correlação entre os 2 ativos seja perfeitamente positiva, o retorno e risco de um portifólio com 50% X e 50% Y serão a média do retorno e risco dos investimentos X e Y. Portanto, o retorno de XY será 9% e sua volatilidade 14%.
E como se comportará o retorno e o risco de XY caso a correlação entre eles seja perfeitamente negativa?
O gráfico abaixo mostra o retorno e o risco a medida que adicionamos o ativo X (maior retorno e maior risco) para 2 situações diferentes: (a) correlação perfeitamente positiva (Y > X) e (b) correlação perfeitamente negativa (Y >W >X).
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Com uma correlação perfeitamente positiva, a adição de X a partir de uma alocação com 100% Y será apenas uma reta ligando os pontos Y e X. Portanto, à medida que adicionamos X, tanto o retorno como a volatilidade, aumentam de forma constante até chegarmos a uma alocação 100% X.
Entretanto, com uma correlação perfeitamente negativa, a adição de X a partir de uma alocação 100% Y será uma reta entre o ativo Y e o ponto W, onde a volatilidade é ZERO. O ponto W nos mostra a alocação com o menor risco possível (minimum risk portfólio). W apresenta um retorno esperado de 8,7% sem nenhuma volatilidade. A alocação entre X e Y neste ponto é de 36% X e 64% Y.
Aumentando a alocação de X acima de 36% estaremos aumentando o retorno esperado do portifólio XY, porém também estaremos aumento seu risco, caminhando do ponto W até o ponto X.
E quando não há correlação entre os ativos X e Y?
O gráfico abaixo descreve uma situação em que não temos uma correlação perfeitamente positiva nem negativa. Neste caso, adotamos uma correlação nula (zero) entre os ativos.
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Embora a correlação nula não seja tão eficaz quanto a correlação perfeitamente negativa, ela certamente melhora a relação entre risco e retorno do portifólio XY.
Lembram do portifólio XY que gerava um retorno de 9% com uma volatilidade de 14% (com uma correlação perfeitamente positiva)?
Agora, através de uma correlação nula entre os ativos podemos ter o mesmo retorno de 9% com uma volatilidade de 11% ou a mesma volatilidade de 14% com um retorno de 9,5% (representados pelos quadrados verdes). Esse é o benefício da diversificação através de ativos fracamente correlacionados.
Conclusão: Quanto mais negativa for a correlação entre dois ativos maior será o efeito da diversificação.
Comentários em: "Efeitos da Correlação na Diversificação" (4)
Se um ativo que tenha uma correlação negativa, como o Dolar, mas cujo retorno no LP seja negativo, mesmo que seu acrescimo diminua a volatilidade do portfolio, ele tambem vai diminuir o retorno total do portfolio. Ou seja, mesmo com uma volatilidade menor seu acrescimo não seria interessante. Gostaria que fizesse uma simulação em que o retorno de um dos ativos fosse negativo, para comprovar isto.
Abs
Esse é mesmo um ponto importante inv. e fin. No artigo passado sobre os exemplos práticos da correlação eu escrevi:
“Correlações negativas são muito raras no mundo real. Caso ache uma correlação negativa entre 2 ativos fique sempre alerta ao retorno proporcionado por estes ativos.”
Vou fazer uma simulação com Ibov e Dólar (correlação negativa) e Ibov e Selic (correlação neutra) para comprovar sua afirmativa.
Abraços!
[…] levantamento do autor do blog Investimentos e Finanças (espero que vocês também acompanhem!) no artigo passado me inspirou a escrever […]
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