Compartilhando idéias para alcançar a liberdade financeira.

Após a abertura das bandas cambiais em 1999, o dólar passou a variar quase livremente, se não fossem intervenções do BC (Banco Central) visando diminuir a velocidade (volatilidade) que o Dólar anda.

E nestes 10 anos o Dólar já passou por diversas fases:

  1. De R$1,70 para R$4,00
  2. De R$4,00 para R$1,55
  3. De R$1,55 para R$2,60

E agora, vemos uma depreciação do Dólar (Apreciação de Real), sendo o Dólar cotado a quase R$2,00.

Para quem investe em ações já é claro a relação inversa que o Dólar apresenta com esta. Olhando o longo prazo (excluindo-se o ruído de curto prazo) é possível perceber esta correlação através do seguinte gráfico:

Ibov (azul) x Dolcom (verde)_1999-2009

Ibov (azul) x Dolcom (verde)_1999-2009

Percebam como a correlação é negativa entre os dois. É no mínimo intrigante observar que quando o Dólar fez sua máxima em R$4,00 o Ibovespa estava fazendo sua mínima por volta dos 8.000 pontos. Em 2008, quando o Ibovespa marcava sua máxima em 74.000 pontos, o Dólar batia em R$1,55.

Interessante é notar a linha vermelha, sinalizando topos e fundos coincidentes entre os dois.

Para quem utiliza um modelo de alocação de ativos essa correlação negativa é ótima pois é possível aproveitar a tendência de ambos. Dividindo-se a alocação em 50% para cada ativo, iremos presenciar desequilíbrios ao longo do tempo.

Por exemplo: Em um momento o Dólar irá ter maior porcentagem na carteira devido sua alta e a bolsa menor porcentagem devido à queda. Assim sendo, devemos comprar bolsa e vender dólar, trazendo o equilíbrio novamente para 50%, para que quando a tendência se inverter, nós teremos acumulado a bolsa na baixa e vendido o dólar na alta.

Atualmente vemos um movimento de alta na bolsa (29k – 52k ou 80%) e de queda no dólar (2,60 – 2,00 ou -23%). Vamos analisar mais de perto a situação:

Ibov (azul) x Dolcom (verde)_Curto Prazo

Ibov (azul) x Dolcom (verde)_Curto Prazo

Para quem utiliza um modelo de alocações o momento indica um oportunidade para se rebalancear os ativos. Dólar no fundo do canal em Vermelho e Ibovespa no topo do canal em Azul.

Lembrem-se que Análise Gráfica não expressa nenhuma certeza. O mercado é sempre soberano. Nunca devemos adivinhar o que o mercado vai fazer. O que a AT (Análise Técnica ou Gráfica) busca são pontos que indicam maior probabilidade de um movimento.

Abraços à todos!

Henrique Carvalho

Comentários em: "A dualidade do Ibovespa e do Dólar" (6)

  1. Andrea disse:

    Depois da sua explicação eu consigo entender algumas coisas.
    Até tô pensando em te contratar pra cuidar do meu dinheiro..futuramente..claro!

    Tá muito bom! Gostei de verdade!
    Beijos ;*

  2. […] A dualidade do Ibovespa e do Dólar […]

  3. Willy Fog disse:

    Muito bom o artigo colega Henrique!

    Uma pergunta: Como seria esse mesmo gráfico no mesmo período para Ouro x Ibov??

    Abcs

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Willy!

      A correlação entre o Ibov e o Ouro não é tão significativa como a correlação entre Ibov e Dólar. Portanto, não é anormal observar períodos em que os dois estão subindo ou descendo juntos. Uma diferença no gráfico é que o Ouro teve uma rentabilidade bem melhor do que o Dólar neste período. Portanto, ele trouxe benefícios de diversificação (correlação baixa com o Ibov) e bons retornos.

      Retomarei mais para frente este tipo de análise Willy! Aí posto o gráfico em detalhes

      Abraços!

  4. Hajy disse:

    Henrique,
    Muito interessante essa correlação entre Dólar x Ibovespa. Tenho o conceito que apesar dos pesares, o Dólar apreciado á mais benéfico que maléfico, principalmente se o Governo souber tomar medidas para segurar um pouco as importações.

    Apesar de que (até onde sei), para quem exporta, o Dólar apreciado é um malefício já que encarece os seus produtos externamente.

    E, a partir do momento que o nosso mercado interno está mais forte, a tendência da moeda externa é baixar… Mas, essa relação também é inversa? Como se o Dólar baixar (por motivos externos), pode ajudar o mercado interno, ou realmente o Dólar em relação ao Real só depende do Real?

    E, por exemplo, quando houve essa crise mundial, por o dólar não estar tão valorizado na época (como já esteve em R$ 4,00), isso ajudou na nossa “imunidade”? Ou a importância de outros fatores foi mais decisiva?

    Obrigado! E os teus artigos realmente são excelentes!

    • Henrique Carvalho disse:

      Olá Hajy!

      Na crise de 2008 o Ibovespa teve um retorno próximo de -45% e o Dólar próximo de +45%. Portanto, ele serviu perfeitamente como hedge nesta crise. O mais importante é que, com a Bolsa caindo e o Dólar subindo, você tem poder para realocar sua carteira, vendendo dólares (e a liquidação é geralmente D+0 em fundos cambiais) e comprando Bolsa. Assim, você aproveita a maré baixa na bolsa para fazer se estoque de ações.

      Abraços!

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